Startup
que produz argamassa sustentável buscará clientes internacionais em Congresso
de Inovação
Empresa Mazodan, do Amapá, pretende acessar mercado
internacional. Produtos utilizam minérios e sedimentos do Rio Amazonas que
causam assoreamento e degradação ambiental
Por Redação
Trazer mais sustentabilidade para a construção civil. Esse é
o negócio da Mazodan Laboratório e Produtos Científicos, de Macapá (AP), que
utiliza sedimentos do rio Amazonas e rejeitos de mineração na composição de
argamassa. A iniciativa não causa assoreamento nem a degradação ambiental. A
empresa participa do Programa Inova Amazônia,
do Sebrae, e que vai estar no Congresso Internacional de Inovação da Indústria,
em São Paulo, a partir desta quarta-feira (27). Neste ano, o evento será sobre
inovação sustentável.
O sócio da Mazodan, Michael Carvalho, ressalta que os
produtos ajudam a resolver o problema de destinação dos rejeitos da mineração,
abrindo uma nova cadeia produtiva dentro da construção com materiais que até
então não tinham uso. “Defendemos o uso dos minerais dos rios através de um
modelo Manejo Sustentável, onde o próprio ribeirinho, indígena, quilombola, ou
outras pessoas em estado de vulnerabilidade, podem coletar esse material num
modelo extrativista”, explica. “Temos um povo que protege esse bioma e, se
dermos condição a eles, com certeza, a natureza estará protegida”, completa.
Sobre a participação no estande do Sebrae no Congresso de
Internacional de Inovação da Indústria, Michael ressalta que o evento será uma
vitrine para mostrar o potencial da Amazônia. “Com a nossa startup, mostraremos
como estamos unindo desenvolvimento social, criação de riqueza e distribuição
de renda. São matérias-primas locais que podem se transformar em produtos de
alta qualidade em um mercado pouco discutido”, disse Michael.
Dois produtos já foram desenvolvidos pela Mazodan: uma
argamassa colante (três quilos capazes de substituir 60 quilos de argamassa
convencional) e a massa texturizada de parede que une diversos modelos de
aplicação e acabamento (produzida totalmente com rejeitos minerais e sedimentos
do Rio Amazonas e que está sendo preparada para o mercado internacional). O
empresário ressalta que por ser uma startup de laboratório e inovação
a produção ainda é em pequena escala, mas que pretende investir no projeto.
“Acredito que agora é só uma questão de tempo”, planeja.
Parceria com o Sebrae
A Mazodan é uma das empresas que participam do Programa
Inova Amazônia do Sebrae, uma estratégia focada em fomentar, apoiar e
desenvolver pequenos negócios, startups, empreendimentos e ideias inovadoras
alinhadas à bioeconomia, que tenham como premissa a atuação direta ou indireta
para preservação ou uso sustentável dos recursos da biodiversidade do bioma. No
total, já foram investido R$ 23 milhões em ações de aceleração, bolsas,
eventos, Sebraetec e missões internacionais (Alemanha e Portugal).
Há 15 anos, Michael tem relação com o Sebrae. Tudo começou
quando era cabeleireiro e abriu o primeiro negócio. “Busquei o Sebrae para ter
treinamento e entender como tocar um empreendimento”, lembra. “Participei do
Projeto Beleza Empreendedora, que qualificava profissionais da estética para
administrar seus negócios, fiz o Empretec e outros cursos na área”, completa.
Michael Carvalho agora é engenheiro de produção e comemora o
retorno ao Sebrae, dessa vez com a Mazodan.
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