quarta-feira, 29 de novembro de 2023

DO RIO A CONSTRUÇÃO CIVIL

 

Do rio à construção civil: conheça a startup que utiliza sedimentos para diminuir custo da construção e impacto ambiental

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Sonho de consumo nacional, adquirir um imóvel ainda é algo distante da realidade da maioria dos brasileiros, que mal conseguem sobreviver com uma renda que gira em torno do salário-mínimo! Apesar dessa dificuldade, a indústria da construção tem se reformulado constantemente para produzir mais e melhor, o que representa um esforço para baratear o custo da construção, por meio da introdução de materiais e insumos mais econômicos e sustentáveis. É assim que uma startup do estado do Amapá promete diminuir os custos da construção e os impactos ambientais relacionados, como? Utilizando sedimentos do Rio Amazonas para composição do cimento, por exemplo!

Essa é a proposta da startup Mazodan (muralha verde), sediada em Macapá e que propõe, em um modelo sustentável, a utilização de sedimentos dos rios e rejeitos da mineração para compor os insumos necessários nos canteiros de obra, como a argamassa.

De acordo com o idealizador da Mazodan, Michael Carvalho (foto), engenheiro de produção e pesquisador, a empresa foi criada para resolver a dor de quem quer comprar um imóvel e não tem condição financeira, e reduzir impactos ambientais em consequência da construção.

“O projeto nasceu da vontade de querer solucionar problemas na construção civil e torná-la mais acessível. Queremos criar toda uma nova modalidade de materiais e sistemas de construção, onde a premissa é – não trocar nossa mão-de-obra por modelos construtivos que venham a tirar o emprego do trabalhador da construção civil. Buscamos o contrário, melhorar o produto, de forma sustentável e customizado com tecnologia e uso de recursos locais que gerem uma cadeia de valor e emprego na nossa própria região”, comenta Michael, que ocupa o posto de CEO na startup.

Segundo Michael, o diferencial da tecnologia da Mazodan está na obtenção e aplicação das matérias-primas. Conforme números divulgados pelo empreendedor, o volume de rejeitos e sedimentos no Rio Amazonas é reposto em 1,2 bilhão de toneladas ao ano. Dessa forma, entre 20% e 25% do total, em cálculos e projeções, poderiam integrar a mistura do cimento, substituindo-o parcialmente sem perdas de resistência, como apontado pelo engenheiro.

Em outro comparativo, as estimativas indicam a proteção dos recursos ambientais e da atmosfera. Um saco de cimento com 50 kg gera 42kg de dióxido de carbono. A embalagem da ‘Argamassa Polimérica Mazodan’, com o mesmo peso e o uso dos sedimentos, zera o índice do composto, conforme o CEO.

“Fazemos um duplo trabalho sustentável, industrializamos os rejeitos e sedimentos que vão para os canteiros de obras substituir cimentos e agregados. Veja que 1.200 kg da argamassa Mazodan contribuem da seguinte maneira: 1.000 kg de rejeitos para formulação de sua composição substituem 24.000 kg de argamassa cimentícia para a mesma atividade na construção civil”, acrescenta Michael, com base nas projeções já realizadas em produtos da marca.

Conforme Michael, essa cadeia produtiva, se viável na íntegra, poderá gerar mais de 1 mil empregos para ribeirinhos com a coleta e venda da matéria-prima, além da injeção de R$ 40 milhões na balança comercial amapaense.


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